Pedro Vieira
13 de Abril de 1992, o dia em que nasci. Pouco me lembro dos meus primeiros 2, 3 anos de vida, apenas revejo, o que já vi, em filmagens feitas pelos meus pais ou amigos. Com 3 anos fui para o infantário, “moinho de vento”, onde conheci muitos amigos, dos quais hoje tenho grande ligação.
Aos 4 anos fui para a pré da Faniqueira, perto de minha casa, lá lembro me de brincar com os meus amigos e dos meus primeiros amores. Com quase 6 anos foi para a escola primária da Faniqueira, onde permaneci dois anos. Quando passei para o 3º ano fui para o Colégio de S.Mamede, local onde fiz novos amigos, alguns deles bons que permanecem comigo. Fiquei lá até ao 5 ano, No sexto ano vim para a Escola da Batalha, local que frequento actualmente, onde tenho muitos amigos, local que me vai deixar muitas saudades quando deste sair. Muitos dos amigos que conheci ao longo da vida seguiram rumos diferentes, passa muito tempo sem os ver, ai resta recordar com saudade os bons tempos passados com eles.
Bem falei praticamente do meu currículo escolar, mas, a minha vida não se resume só à escola, também tive inúmeras aventuras ao longo dos anos, mesmo muitas, mas se for a contar todas nunca mais daqui saio, arranjei muitas amizades, fiz algumas asneiras, outras “desasneiras”, enfim fiz um pouco de tudo.
Agora com 18 anos já dou mais valor às coisas, valor a momentos que por muito pequenos que sejam se tornam grandes, agora é que se vê que a vida são dois dias, passa tudo num ápice, se pudesse voltar à minha infância voltava com certeza.
Conforme vou crescendo mais coisas tenho para acrescentar, mas vou esperar mais um tempo para poder acrescentar mais uma página da minha vida, páginas essas que espero nunca parar de acrescentar e ter sempre novas aventuras para as encher.
Cântico Negro
O principal tema deste poema é visivelmente a liberdade, o poeta não quer ser mandado pelos outros, que ser ele a decidir o seu próprio caminho.
Cântico negro
(José Régio)
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
José Régio, pseudônimo literário de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde em 1901. Licenciado em Letras em Coimbra, ensinou durante mais de 30 anos no Liceu de Portalegre. Foi um dos fundadores da revista "Presença", e o seu principal animador. Romancista, dramaturgo, ensaísta e crítico, foi, no entanto, como poeta. que primeiramente se impôs e a mais larga audiência depois atingiu. Com o livro de estréia — "Poemas de Deus e do Diabo" (1925) — apresentou quase todo o elenco dos temas que viria a desenvolver nas obras posteriores: os conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade, a consciência da frustração de todo o amor humano, o orgulhoso recurso à solidão, a problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a si mesmos.
Cântico negro
(José Régio)
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
José Régio, pseudônimo literário de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde em 1901. Licenciado em Letras em Coimbra, ensinou durante mais de 30 anos no Liceu de Portalegre. Foi um dos fundadores da revista "Presença", e o seu principal animador. Romancista, dramaturgo, ensaísta e crítico, foi, no entanto, como poeta. que primeiramente se impôs e a mais larga audiência depois atingiu. Com o livro de estréia — "Poemas de Deus e do Diabo" (1925) — apresentou quase todo o elenco dos temas que viria a desenvolver nas obras posteriores: os conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade, a consciência da frustração de todo o amor humano, o orgulhoso recurso à solidão, a problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a si mesmos.
Miguel Torga
Miguel Torga nasceu em S. Martinho da Anta em Vila Real a 12 de Agosto de 1907 e morreu a 17 de Janeiro de 1995.
Miguel Torga era pseudónimo de Adolfo Correia Rocha, este escolheu o nome de Miguel para homenagear dois grandes vultos da cultura ibérica: Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno, Torga, bem Torga vem da montanha, uma planta campestre, montanha na qual se inspirava para escrever as suas obras.
Em 1918 frequentou o seminário de Lamego, onde estudou português,geografia, história e também latim.
Com 15 anos foi para o Brasil para trabalhar na fazenda do tio, este que cedo se apercebe da sua inteligência e patrocina-lhe os estudos em Leopoldina, local onde se vem a distinguir como aluno dotado.
Em 1928 entra para a faculdade de Madicina na Universidade de Coimbra e publicou o seu primeiro livro de poemas, "Ansiedade". Fez parte da revista "Presença" em 1929 e 1930.
Em 1933 concluiu a licenciatura em MEdicina, com o apoio do tio do brasil. Começou a exercer a profissão de médico em 1939 na cidade de Coimbra.
Em 1940 casou-se com uma belga, de nome Andée Crabbé, deste casamento resulta uma filha nascida em 1955.
Miguel Torga ficou conheçido em Coimbra como o "Rei dos Chatos", escreveu prosa. cerca de 25 obras, e fez 5 peças de teatro. Ganhou 8 prémios um ddeles foi o de Camões em 1989.
Bucólica
A vida é feita de nadas:
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;
De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;
De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu Pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.
Miguel Torga era pseudónimo de Adolfo Correia Rocha, este escolheu o nome de Miguel para homenagear dois grandes vultos da cultura ibérica: Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno, Torga, bem Torga vem da montanha, uma planta campestre, montanha na qual se inspirava para escrever as suas obras.
Em 1918 frequentou o seminário de Lamego, onde estudou português,geografia, história e também latim.
Com 15 anos foi para o Brasil para trabalhar na fazenda do tio, este que cedo se apercebe da sua inteligência e patrocina-lhe os estudos em Leopoldina, local onde se vem a distinguir como aluno dotado.
Em 1928 entra para a faculdade de Madicina na Universidade de Coimbra e publicou o seu primeiro livro de poemas, "Ansiedade". Fez parte da revista "Presença" em 1929 e 1930.
Em 1933 concluiu a licenciatura em MEdicina, com o apoio do tio do brasil. Começou a exercer a profissão de médico em 1939 na cidade de Coimbra.
Em 1940 casou-se com uma belga, de nome Andée Crabbé, deste casamento resulta uma filha nascida em 1955.
Miguel Torga ficou conheçido em Coimbra como o "Rei dos Chatos", escreveu prosa. cerca de 25 obras, e fez 5 peças de teatro. Ganhou 8 prémios um ddeles foi o de Camões em 1989.
Bucólica
A vida é feita de nadas:
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;
De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;
De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu Pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.
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